O sabor da vida


Se a vida tivesse sabor, qual seria o gosto da sua? Alguém me fez esta pergunta, e me deixou intrigada. Confesso que, como chocólatra que sou, pensei em responder que minha vida teria gosto de chocolate. Mas pensei um pouco mais, percebi que não teria argumentos fortes para assegurar tão afirmativa. Uma resposta boba e impensada. Então, a pergunta, aparentemente simples, tornou-se assustadora. Qual o sabor da minha vida? Eu deveria saber. Aliás, já não era mais nenhuma criança. Aquilo acabou fugindo dos meus pensamentos com o tempo. Acreditei que seria incapaz de responder esta pergunta. Acabei esquecendo-a. Muito tempo depois, andando apressada pelas ruas da cidade, parei em um pequeno parquinho. Estranhamente, me sentei num banco perto de um local em que crianças brincavam. Transformei em uma testemunha do que acontecia naquele local. Observava as pessoas alí próximas. O banco estava posicionado num local que possibilitava uma visão mais ampla do lugar. Visualizei um grupo de crianças divertindo-se em brinquedos alí instalados. Um casal conversando energicamente, a mulher parecia chorar, e o homem parecia reclamar alguma coisa. Um casal de idosos caminhando de mãos dadas estampando um leve sorriso no rosto. Relembrei da pergunta, ainda sem resposta, e pensei no que eles responderiam se a mesma pergunta fosse feita para eles. Se a vida tivesse sabor, qual seria o gosto da vida deles? Pensei, mas nada saia, nenhuma ideia. Analisei a fraternidade e companheiros do casal de idosos. Pensei na fragilidade da relação do casal que discutia, da falta de paciência. Na alegria e tranquilidade das crianças. Conclui que cada grupo deveria ter um sabor diferente. E desta vez, fui além da ideia comum que vem a nossa mente quando nos referimos a palavra sabor, ao casal mais velho pensei que diriam que o sabor de suas vidas foi estar lado-a-lado um do outro em todos os momentos. Para o jovem casal pensei que, apesar de tudo, o sabor seria o da reconciliação, aliada a um pouco de coragem e confiança. As crianças pensei no saber da felicidade, da disposição, do bom coração e da liberdade. Depois, pensei em mim; e falei sozinha que o sabor da minha vida era o equilíbrio: da liberdade, do perdão e do companheirismo. Um sabor diferente para cada fase da vida. Não um sabor, mas vários, que se alteram ao longo do tempo. Tempo que nos ensina que os sabores são variados, mas a lembrança é única. E, apenas ela é que fica.

5 comentários:

  Unknown

16 de março de 2009 às 03:36

A cada dia a vida pode ter um sabor e é sempre você quem resolve dar. A escolha é de cada um! E cada um é responsável por suas próprias escolhas!

Tinha muito tempo que eu não tinha tempo para passar aqui. Parabéns, o texto está melhorando a cada dia!

  Luana...alma livre escalando sonhos impossíveis

16 de março de 2009 às 12:10

Sabe qual o melhor sabor da vida?
o sabor felicidade....

Ótimo texto...confortante, gostoso de ler...
A propósito a foto foi ótima..sabe qdo vc é esitmulado sensitivamente por uma imagem?
Senti cheiro de café qdo vi a foto...

  giulianoalmeida

29 de março de 2009 às 18:37

"Depois, pensei em mim; e falei sozinha que o sabor da minha vida era o EQUILÍBRIO: da liberdade, do PERDÃO e do COMPANHERISMO"

??????

Tirando isso, gostei mto do texto!

  Unknown

3 de abril de 2009 às 17:19

Sabor?

De café, bem forte.
Sabor de amizade, leveza, bem-estar, alegria.
Sabores.
Adoro este blog.

  Unknown

16 de abril de 2009 às 16:56

...

Há qto tempo naum sinto o sabor do café brasileiro....

Há qto tempo naum sinto o sabor d estar perto ds meus amigos....

A vida eh cheia d sabores... alguns, com o tempo se modificam, outros se intensificam... ms o q nunk vai mudar eh q o melhor sabor, realmente, está na nossa memória... os sabores só existem pq nós lhes significamos... a vida só existe pq nós damos razao para q ela tenha sentido...

Excelente texto!!

Saudades...
Abcs!