E as luzes de Natal invadem a cidade


As luzes de Natal já invadiram a cidade! E o nosearede comemora o seu primeiro Natal. Continuamos na expectativa de provocar risadas, tentar emocionar, informar, incentivar reflexões, ou apenas desabafar nossos sentimentos. Neste não lugar (como diz a Luana) temos o intuito de fortalecer, criar e interligar os nós da rede. E assim, o blog ganha formas, com suas diferenças que formam um todo bem interessante. Vale ressaltar o nosso desejo de desejar um FELIZ NATAL a todos aqueles que visitam o NOSEAREDE. E também a equipe, sinta-se abraçada, em qualquer lugar que esteja. (Abraço especial para a Luana).

Que as luzes de Natal não iluminem apenas a cidade, mas também os nossos corações!!!!

FELIZ NATAL!!!

Muito trabalho, muita sorte!

http://www.thepeaksresort.com/


A falta de tempo para escrever no blog esta ligada a dois motivos: muito trabalho e muita sorte. O primeiro deles e bem obvio porque estou aqui em Telluride para trabalhar mesmo! Apesar de nao conseguir o segundo emprego ainda, o trabalho no The Peaks tem me ocupado bastante. Quando comecei o trabalho nao sabia o que era um hotel de luxo, mas logo logo aprendi. Um hotel de luxo e a quele que possui suites de 3000 dolares por noite e que oferece servicos de spa, academia e mil e uma frescuras que rico gosta. Oferece tambem casas de 3 andares dentro do predio do hotel (sao as penthouses) e cabines externas com decoracoes inacreditaveis. As fotos que colocarei depois dispensarao descricoes. Neste ambiente estou la feliz "limpante" e "arrumante" de quartos. Eu digo:"nois e pobre, mas se diverti".
Bem, o segundo motivo e a sorte. Logo no terceiro dia de trabalho, o hotel promoveu a festa de Natal dos funcionarios, eu comi como uma ursa** faminta. Alem disso, fui agraciada com um ipod shuffle no sorteio feito pelo papai noel (fiquei pouco feliz...nuuu). Sorte de principiante! Sorte ao ganhar ipod, sorte ao nao ter tempo de escrever no blog por ter encontrado em Telluride muitas ocupacoes:

a) roommates que adoram conversar ate altas horas;
b)workmates de varios lugares do mundo: Peru, Guatemala, Australia, Mexico, os americanos e os argentinos...eles me ocupam (principalmente os argentinos...rsrssrs) porque chamam para as festinhas e eu vou.
c) Ah...os argentinos: simpaticos, adoraveis, educados e lindos (varios deles). Sao alegria da mulherada...prefiro nem comentar.


Bjo brasileiro


Luana de "day off" hoje.


** acabei de lembrar de algo engracado: em Telluride existem placas espalhadas pela cidade ensinando as pessoas como se comportar em caso de ataque de ursos. Sao orientacoes do tipo: nao corra, nao ofereca comida para o aninal (tipo o seu braco??), nao olhe nos olhos do animal (essa e otima), abaixe-se e finja de morto ate que ele va embora (fingir e uma boa ideia).

Sinto muito


O balanço não era mais usado como nos velhos tempos. Nem se ouvia mais a alegria das crianças correndo pelas ruas. Tudo estava deserto. E o sentimento produzido era de um incômodo e profundo mal estar. Sinto muito! Tentei dizer, depois de pensar muito, mas era tarde, quem deveria escutar não estava mais ali. E o balanço, agora enferrujado, era um estorvo para os moradores da rua. Numa votação acabaram decidindo retirá-lo de lá. Era tão difícil para mim. O que vou dizer a você quando voltar e não encontrá-lo mais? Sinto muito? Não! Não poderei dizer, é demais para mim! Ah! Se tivesse dito da primeira vez, pronunciado estas duas palavras tão simples. Talvez não tivesse que dizer agora. Logo agora! Sei que vai doer muito mais. Saio atrás do vento. Ele me guia até o velho balanço, agora condenado, que range a música que o vento lhe dita. Aproximo. Crio coragem. E digo para ele tudo o que desejei ter dito a você. Diante de duas testemunhas. (O vento e o balanço). Lavo minha alma. Finalmente, falo o que deveria ter dito há tempos: SINTO MUITO.

Livro de Hitler ganha versão mangá no Japão


Bitte schön!

Se era bom, ficou ainda melhor! O post abaixo é destinado a nossa amiga Alba, apaixonada por quadrinhos e pelas histórias irradiantes do nosso Admirável (eu disse admirável e não adorável) artista e líder político, "führer".

Para quem já leu "Mein Kampf" (em português, Minha Luta), livro escrito na prisão por Adolf Hitler, sabe que é um ótimo livro para os adoradores de história (em particular a época conturbada do "entre-Guerras"), e para quem deseja tentar compreender um pouco a mentalidade desta personalidade que foi figura chave na evolução do mundo da forma que vemos hoje. Podemos tentar entender de onde ele tira todo aquele ódio descabido contra os judeus, como outras coisas que passam pela cabeça desse que foi um grande manipulador de massas.

O objetivo deste post é divulgar que 2 polêmicos e famosos livros acabaram de ganhar os traços do mangá no Japão. Como você, leitor, já deve estar imaginando, um deles é o Mein Kampf, que chegou às livrarias japonesas em novembro. Agora, em dezembro, é a vez de O Capital, de Karl Marx. (ps: tenho certeza que esta notícia será muito bem recebida por certas pessoas aqui, aguardem os comentários)

A iniciativa foi da editora japonesa East Press, que resolveu incluir estas duas obras na sua coleção Clássicos da Literatura em Mangá.

"A idéia é oferecer ao leitor a possibilidade de ler um clássico e entender os conceitos em apenas uma hora", explicou o editor-chefe Kosuke Maruo à BBC Brasil.

Mein Kampf é um livro polêmico, pois contém as sementes da ideologia anti-semita e nacionalista que marcou o nazismo. "A idéia não é apresentar Hitler como vilão ou herói, mas apenas mostrar quem era e o que ele pensava. Não estamos preocupados com polêmicas", disse Maruo.

O editor lembra também que o livro, cuja publicação e venda são proibidas em alguns países, já foi editado no Japão. "Além disso, todo mundo já conhece a história inteira e como os nazistas pensavam", reforça ele, que diz não ter recebido até agora nenhuma reclamação de leitor.

O mangá conta a história do líder nazista, desde a infância, até culminar na Segunda Guerra Mundial. Fala também do ódio que ele sentia pelos judeus. "Vendo a história de vida dele, não dá para achar que era uma pessoa totalmente ruim. Ele era apenas uma pessoa triste", defendeu o editor-chefe.

Entre as obras conhecidas da literatura e da filosofia que viraram mangá pela East Press estão Crime e Castigo, de Dostoiévski, Fausto, de Goethe, Rei Lear, de Shakespeare, e Guerra e Paz, de Tólstoi.

Fica aí, então, mais uma dica cultural para quem gosta de uma boa literatura!


Auf Wiedersehen!


obs: os dados acima foram retiradas de notícia divulgada no globo.com

Meu primeiro (e ultimo espero) acidente de snowboard

Dear friends,

Ontem numa manha linda de sol em Telluride, acordei animadissima para comprar meu snowboard. Uma super promocao me levou ate a loja pra gastar 50 dolosos e obter o objeto dos sonhos que me levara para mil aventuras no gelo. Pensem voces, meus amigos, o quanto eu me divirtirei. Porem, pensem tambem que sou eu: azaradinha, desastrada, zero de coordenacao motora. Enfim, juntem a empolgacao de primeira vez na neve com o ser desastrado que aqui vos escreve. Levando em consideracao todos estes pontos vejam bem a historia que vou contar:
Sai da loja feliz e saltitante (mais ou menos saltitante, porque a prancha e pesada pra caramba). Peguei um onibus para evitar a fadiga e me dirigi para a gondola que teoricamente me levaria, BEM, para casa. Ou seja, eu nao fui esquiar, nem tentar. Apenas fiz o caminho de volta para casa e mesmo assim consegui produzir um episodio (semi-tragedia) com o "snow". Entrei na gondola, acompanha da amiga Aninha (tambem com "snow"), e passeamos felizes ate a estacao. O momento tenso da "viagem" foi justamente a chegada. E fato que ja estamos acostumadas a andar de gondola e sabemos que na chegada ela balanca muito. Mas nao estou acostumada a andar de gondola carregando um "snow". A cena foi essa: eu sentada com a prancha, que estava na posicao vertical, entre as minhas pernas. Estava esperando o momento de descer quando consegui tomar uma porrada no nariz produzida pelo impacto da gondola no "snow" e dele no meu rosto. Resumindo o snowboard me nocauteou. Estou roxa ate hoje, mas nada que um gelinho matinal nao resolva. Nao se preocupem, na minha casa existem duas estudantes de medicina, mas nem precisei incomoda-las. Tirando a vergonha que passei ao descer da gondola com o nariz roxo e o susto de achar que tinha quebrado o nariz, o resto ta beleza!
Bom e isso....acidentezinho, incrementando com uma dramatizacao sensacionalista.
bjo brasileiro

Madagascar 2


Well...well...well..

Vi o filme ontem, achei muito bom! Acredito que no Brasil deva estrear esta semana, entao nao percam. O Alex esta mais fofo do que nunca e os pinguins sensacionais. O mais legal foi assistir a este filme de graca no cinema de Telluride com todas as criancinhas americanas lindas. Elas riem e fazer interjeicoes engracadissimas.

Passei por aqui rapidinho so para dar esta dica!


bjo brasileiro
ps> comprei um snowboard, comeco a skiar neste final de semana.

see ya...

A menina que amava Cazuza




Não tenho um poster dele no quarto. Não que eu não quisesse, mas não posso, né! Poster dele no quarto?? Acho que iria contra os seus princípios. Bom! Ele era o amor da minha vida. Ops! Ainda é. E não interessa em nada as coisas que escuto sobre ele. Maluco, filhinho de papai, transviado, maconheiro, doidão. Aí não, né! Bom! Nem importo com esses comentários pobres. O caso tá no mais alto grau da paixão. Realmente é um amor exagerado. Não obsessivo e sufocador, isso não. Músicas ao pé do ouvido, poemas de amor, da vida, da merda da vida. Por que não? Amor também é dizer ao vento sobre tudo. Senão, não é verdadeiro. E este amor já foi testado, e olha que não foi besteirinha de adolescente. Foi coisa grande mesmo. E tudo foi provado num momento muito desolador. Tanto para ele, quanto para mim. Ai, ai, ai, * suspiros. Acho que vou falar um pouco dele. Fui falando do nosso amor assim do nada. E ninguém sabe quem ele é. (Mas olha que tem dona enhhh). Ele é um cara que tem música no coração, isso é muito raro hoje em dia. O cara viveu num momento conturbado e importante da história brasileira (Como eu queria ter vivido nesta época - processo de final de ditadura e re-estabilização do pais). Ele nasceu em 1958 (Olha! idade não é um problema para nós!) Bom, esse é um caso de amor autêntico, não se esqueçam. Exatamente, no mesmo mês que eu, nasceu o poeta brasileiro. Em abril de 1970, o garoto da classe média carioca já curtia Janis Joplin e Led Zeppelin (Ai, ai, ai. Assim, não tem quem não apaixone!). No início dos anos 80, invadiu no cenário da música no Brasil. E para os ávidos por novidade dessa década, o grande privilégio de ver a Cazuza a frente de uma banda de rock. E, olha, ele tem uma característica marcante . Alguém que fala de nossas mazelas e míseras. (Porque queremos maquiar a mísera e a corrupção? Devemos moldar um pais autêntico, de fato.). E, se hoje, ainda existe preconceito (para mim isso é coisa de gente pequena, que vive num mundinho único e fechado) em relação a AIDS- estou falando de um exemplo de luta pela vida. Uma pessoa que deixou reações e medos de lado e falou em público sobre sua doença. Não é por acaso que foi denominado poeta. Suas músicas tocam o coração. Seja o Cazuza, da época do Barão Vermelho, seja o da época da carreira solo. A paixão só foi ganhando proporções gigantescas. E no início de sua carreira solo, eu nasci. (1985, mas é segredo, não conta para mais ninguém) E seja nas músicas mais ácidas, escritas já quando estava bem doente (Me identifico com todas elas). A paixão só foi aumentando. Até que, o grande amor se foi, em 07 de julho de 1990. *(Tá! eu não sou maluca. Nunca ouviu falar de paixão?!? é algo muito maior que idade ou presença física.). Como eu adora seu apelido, (nos identificamos em muitas outras coisas). Frequentou por pouco tempo o curso de comunicação. Apesar de um pouco intensa (Para não dizer mega exagerada). Continuo afirmando que isso tudo não é delírio. ( Mesmo que as pessoas insistam em me chamar de louca, maluca, piradinha) Nem alucinação. Isto porque, "o nosso amor a gente inventa pra se distrair e quando acaba a gente pensa que ele nunca existiu...".
E se poucos o chamam de Agenor Miranda de Araújo Neto, prefiro chamá-lo carinhosamente de Cazuza (Como a maioria o conheceu). E falar abertamente do nosso caso de amor. De um garoto carioca inquieto e uma garota que sonha em abraçar o mundo. De um poeta e cantor e uma garota sonhadora. Que realiza todos os seus sonhos. Nem que seja apenas em seus próprios, SONHOS!


* O intuito do texto não é, em nenhum momento, um relato piegas. Só conta um pouco, ou tentar, sobre Cazuza de um jeito um pouco diferente. Um cara que tinha o dom de compor letras que tocam a alma. Dominava as palavras como se fosse a coisa mais fácil do mundo. Fica até difícil saber quem é a menina que amava Cazuza.

"Às vezes, fico triste, mas não consigo me sentir infeliz. Acho que o tédio é o sentimento mais moderno que existe, que define o nosso tempo. Tento fugir disso, pois tenho uma certa tendência ao tédio. Mas, felizmente, eu sou animadérrimo! Sou muito animado pra sentir tédio. Sou animado à beça, qualquer coisa me anima. Se você me convida pra ir à Barra da Tijuca, eu já digo logo: Vaaaamos!!! Qualquer besteira me anima. Tudo que já passei na minha vida não conseguiu tirar essa animação". (CAZUZA)

Bom humor X mau humor















O que me faz feliz em Telluride:

- Conhecer amigos americanos: Ronald, Robert, Matt, Lewrie, Miguel....
- Conhecer amigos brasileiros: Aninha, Gabriel, Rafaela, Barbara, Marina, Ivan...
- Conhecer peruanos e argentinos...
- Me virar na cozinha (com minha super assistente Aninha)...
- Ter um sorriso a cada esquina das pessoas dizendo bom dia, como vai?...
- Ir todos os dias a biblioteca mais sensacional de todos os tempos...
- Falar, assistir filmes e ler em ingles...
- Ver a neve cair e os cristais brilhando quando o sol chega...
- Andar de gondola...
- Caminhar na neve fofa e cair para os americanos rirem de mim (foi assim mesmo que aconteceu)...
- Morar em um lar doce lar, agora quentinho depois que um moco simpatico arrumou o aquecedor...
- Comer Häagen-Dazs baratinho....
- Me divertir com as embalagens gigantes de tudo (tudo aqui e muito grande)...
- Andar de moto na neve descendo uma super ladeira de ski em alta velocidade (eu, aninha e o motorista Lewrie)...
- Ver as criancinhas americanas falando ingles (parece normal, mas e uma fofura)
- Carinhar os cachorrinhos de Telluride que sao lindos, peludos, educados (assim como seus donos que pegam o coco no chao com uma sacolinha que fica pendurada em postos a cada esquina da cidade). ps> os cachorros as vezes sao gordos, ontem vi um com uns 200 kg.
- Ficar com o cabelo liso e macio (a neve faz este efeito nao sei porque)
- Saber que as pessoas aqui se importam comigo, de onde venho, o que faco, para que estou aqui; e que elas fazem questao de tornar minha estadia mais agradavel. ps> ontem conheci um senhor muito simpatico que falou: seja persistente em tudo que faz, ninguem disse que estar em outro pais seria facil. Ele citou um filme de um menino que sonhava em ser professor, mas tinha uma doenca que o fazia tremer o pescoco, enfim, todos riam do garoto. Mas o garoto nao desistiu, o senhor nao me contou o fim do filme, mas suponho, pela mensagem, que o garoto alcancou os objetivos.
- O free box
- Saber que um dia volto para o Brasil...

O que me deixa meio brava em Telluride:
- O frio (as vezes me deixa mau humorada)...
- Perder as coisas (ja foram 2 brincos na neve)...
- Procurar segundo job...
- Nao ter telefone...
- A crise economica americana...
- Falar menos do que no Brasil por nao ter tanta habilidade com a lingua...
- Acordar com o "pi pi pi" da maquina que retira o gelo na porta da minha casa.
- Andar enquanto esta nevando e sentir a neve derretendo em mim quando entro em algum lugar quente.
- Sentir nariz sempre sangrando, por causa do ar seco...
- Sentir cansaco em qualquer caminhadinha, por causa da altitude...
- Gastar meia hora a mais para sair de casa colocando mil roupas, uma em cima da outra.
- Ter o fuso diferente do Brasil (5 horas), e um saco ter que pensar em ligar cinco horas antes do ideal.
-Saber que um dia volto para o Brasil...


















bjo brasileiro.

Telluride, CO - USA







Primeiros passos na neve

Dear friends,

Em três dias fora do Brasil, entre viagem e chegada em Telluride já tenho um livro para contar, nem sei se consigo expressar aqui no blog minha felicidade e empolgação. Pareço uma criança com brinquedo novo. O apogeu da regressão ocorreu quando eu vi a neve (1), retornei aos 4 anos de idade.
Sai de BH na quarta-feira 16h10 e iniciei a longa viagem, primeiramente para São Paulo, depois Dallas e Denver. Estas duas últimas merecem comentários de turista porque realmente fiquei maravilha com o que vi. O aeroporto de Dallas é uma cidade, lá dentro você viaja de metrô para se locomover de um portão de embarque a outro, isso foi incrível. Ao chegar em Denver mal pude acreditar quando de dentro do avião vi a cidade totalmente branca. Eu me perguntava, "Senhor, isto é neve?" . Enfim, era. Foi o frio mais bem vivido que já experimentei. Dai em diante, alguns problemas(2) de percurso, pois peguei um ônibus para Telluride e ele quebrou no caminho. A viagem atrasou 12 horas, mas tudo bem, conheci cidades como, Vail e Grand Juction, nem preciso dizer ...sensacionais!
Conheci pessoas muito legais com as quais pude me assegurar de que EU FALO INGLES. Vocês não sabem o quanto é bom ser testado em outra cultura, é um desafio instigante As pessoas aqui são extremamente receptivas e educadas. Quem nunca saiu do Brasil nem pode imaginar como é. Todos te cumprimentam, conversam, sorriem, é algo surpreendente para um povo tão estigmatizado internacionalmente. Digo isso porque durante a longa viagem de ônibus conheci pessoa legais. Triste foi saber que três caras dos quais eu fiquei amiga eram ex-presidiários e estavam voltando para casa após alguns anos de cadeia. Quando soube disse morri de medo (3) deles, mas nem precisava porque eram pessoas boas, eu tive certeza disso.
Assim que cheguei em Montrose, cidade próxima a Telluride (onde moro) fui fazer compras no Wall Mart. Consegui comprar muita comida com 22 dólares, quase chorei de emoção. Inclusive, podem acreditar eu voltarei gorda, tudo aqui é muito gordo(4).
Agora a melhor parte: Telluride.
A cidade é maravilhosa, quando eu puder mandar as fotos, vocês verão. O apartamento onde moro com mais 4 brasileiras é muito legal, tem coisinhas impressionantes dentro dele, minhas amigas donas de casa iriam amar! Até eu me apaixonei. Ontem, depois de um banho, de banheira, fui passear na cidade. Aqui 18h já é noite mesmo, e o frio ta matando. Experimentei a péssima sensação de ter partes do corpo congelados, inicialmente divertido, depois preocupantes (5). Passear aqui é muito legal, porque o meio de transporte é aéreo, mas não é avião! São gondolas no meio das montanhas.. não consigo descrever a visão norturna de montanhas congeladas, céu estrelado e uma cidade bem pequena lá embaixo. Moro de um lado das montanhas, pego a gondola para atravessá-las e chegar ao centro (6) da cidade. E algo para ser vivido não dá para contar! Existe um ônibus free que roda toda a cidade (o motorista e divertidíssimo), e inacreditavelmente não atrasa nem um minuto. Que bom, porque ninguém merece congelar esperando ônibus, digo isto para vocês terem noção do frio. Nao é frio do Brasil, lembrem-se é friozinho de -10 ou -12 graus. Todo estes transportes são free, além de livros, dvd e internet. Estou neste momento na biblioteca onde tenho acesso tudo isso de graca (7). Daqui a pouco vou ali na free box, um local onde as pessos desepejam tudo que não precisam mais: roupas, eletros, objetos, sapatos...etc. Vou me jogar lá, espero achar coisas legais, vou sair de lá como se tivesse ido ao shopping fazer compras. Telluride é uma cidade muito rica e muito cara, as pessoas estão aqui exclusivamente para gastar dinheiro nas estações de ski e resorts. Com exceção dos estudantes estrangeiros que vem para trabalhar e os moradores que são geralmente velhinhos simpáticos. Ontem um velho simpático convidou a mim e uma colega para tomar um chá na casa dele quando quisermos, me pareceu muito solitário. Fiquei bem tocada com convite porque percebi a solidão na voz dele. Não pudemos ir ontem, mas qualquer dia desses iremos.
Enfim, por enquanto é isso. Isto é um dia em Telluride, resumido mas emocionadamente descrito. Espero poder contar mais bilhões de coisas legais. Quanto a paisagem daqui não vou ficar descrevendo porque as imagens dipensarão palavras.

Se quiserem saber mais mandem e-mail.
bjo brasileiro
see ya!


(1) A neve é fofa e quando você pega é igual farinha.
(2) Nunca foi tão legal esperar por um novo ônibus, fiquei passeando por Vail.
(3) Medo e eufemismo eu quase me borrei todinha.
(4) Um hambúrger me sustentou por 12 horas, isso foi incrível.
(5) Vou me cuidar melhor - leias-se passei aperto e dor quando meu pé congelou.
(6) Uma main street e outras ruazinhas. Não se enganem tem muita coisa lá!
(7) Brasileiro q é brasileiro usa tudo que e de graça feliz da vida..to fazendo isso!!

Papagaio de seda



Em uma tarde ensolarada de vento forte, o pequeno garoto observava os papagaios no céu. Eram tão belos que muitas vezes seus olhos se embaralhavam com tanto colorido. Era desejo seu estar lá, mas era pequeno ainda. Isso era o que sempre escutava de sua mãe, que não cansava de repetir todos os dias quando ele saia para brincar. Contudo, sempre insistia que não tinha problemas, não iria machucar. Falou tanto que certo dia sua mãe lhe derá um caixotinho. Ficou muito feliz, só pensava em correr no outro dia e ver ele flutuar nos céus. Porém, seu sonho acabou virando pesadelo. Todos os meninos começaram a rir do garotinho, naquele dia acabou ganhando o apelido de caixotinho... Nunca mais saiu com ele. Contentava apenas em olhar as outras crianças e a beleza das pipas no céu. Muitas vezes ele perdia-se em seus pensamentos, imaginando com era possível ir tão alto. Como seria bom ser um papagaio, bem vistoso, colorido, deslizando nas curvas imaginárias do vento. Seus pensamentos, muitas vezes, eram interrompidos por uma bola que lhe acertava, ou quando os garotos pediam pra pegar a bola lá em baixo. Num desfiladeiro que dava para uma mata. Ele sempre ia, por ser prestativo e também porque muitas vezes encontrava alguma flor diferente. Flores silvestres, tão brilhantes. Certo dia ele tentou fazer um papagaio, só que era pequeno e os mais velhos não queriam lhe ensinar. Frustrado desistiu. Chegou em casa bem tristonho. No outro dia, como era habitual ele saiu para o campinho. Já estava acostumado. Só ele ali, os mais velhos jogavam bola, outros subiam pra soltar pipa... E assim, sucessivas vezes. Dias e dias. Somente observando.

Hoje, o pequeno garoto não é mais tão pequeno. Apressando dirige pela ruas congestionadas de sua cidade. Está tão atarefado, tem tantas coisas para fazer...
O telefone toca, sua mulher reclama de sua falta de tempo, o filho reclama a presença do pai. De repente, o
trânsito já lento, para por completo. Desliga o telefone, diferente dos outros motoristas sai do carro para saber do que se trata. Um acidente a frente vai fechar a pista por horas. Começa a caminhar. Depara-se com um pequeno garotinho sentado observando as pipas no céu. Indagou o porque do garoto estar só. E ele disse que era muito pequeno, e os outros não o deixavam brincar. O garoto não estava triste. Então, perguntou novamente. De modo que, o garoto lhe explicou que mesmo não participando das brincadeiras, sentia-se bem. Era como se estivesse livre. Revelou que sempre que buscava a bola dos garotos que caiam num desfiladeiro próximo, deparava-se com belas flores, e isso nunca contará para ninguém. Os meninos acabavam zelando por ele, que era amigo de todos. Surpreendeu com a resposta do garoto. Contudo, o susto foi maior, o barulho ensurdecedor de buzinas e gritos de motoristas insanos. Voltou apressando para o carro. Olhava para o garoto já distante que lhe acenava. Em casa, já cansado. Não estranhou com o silêncio. Na janela, ficou parado, por bastante tempo. Visualizou luzes da cidade. Tão belas. Pouco a pouco as luzes foram apagando. Uma a uma. As mais distantes. As mais próximas. Sentiu-se só. Parou e lembrou do menino. Não do garoto que conhecerá a pouco, mas de si mesmo tempos atrás. Não se sentiu mais sozinho. Lembrou da liberdade. De como era bom se sentir livre. Lembrou do garoto, bem vivo. Dentro de si. Então, sentiu-se bem.

I miss you already

Friends,

Este não é um texto de despedida, é apenas uma marcação da nova etapa. Uma grande vantagem da internet é a possibilidade de estar lá e cá, em tempos iguais nos fusos mais diversos. Eu estarei lá <http://en.wikipedia.org/wiki/Telluride,_Colorado> e, também, aqui no “Nós e a rede”, sem saber definir qual destes lugares é real ou virtual. Tô saindo do Brasil, mas não da rede. Por isso quero tentar escrever aqui minhas experiências nos EUA, não sei se conseguirei, mas pretendo. Aproveito para agradecer a surpresa sensacional do “Nós e a rede” e para desejar:

Aos filhos da puc, boas férias...

Aos amigos de projeto experimental, boas leituras (to zuando bom descanso)...

Aos embratelinos, bom trabalho...

Aos familiares boas festas...

Aos meus pais tranquilidade, pois eu volto...

Às amigAs bom reveillon e carnaval, se sentirem calor lembrem-se que eu estarei no gelo, pode ajudar a refrescar (pelo menos a memória)...

Aos amigOs, juízo...

À melhor amiga, bom descanso de 3 meses (espero que você sobreviva, assim como eu sobrevivi 1 ano sem você)...

Ao “Nós e a rede”, sucesso e inspiração...

À todos um bom tempo sem “uma Luana incomoda muita gente”.


Amo vocês!

Bjo brasileiro,

Bye.