Quem vai...

Quem vai sempre volta! E sempre fica...



SURPRESA!!!!!!


Bom, esta é uma forma bem singela que o “Nós e a rede” juntamente com os seus leitores mais assíduos arrumou para se despedir (mesmo que por pouco tempo), desejar sucesso e os melhores votos a nossa amiga e companheira de blog Lulu (alma livre escalando sonhos impossíveis), que ficará fora por alguns meses para uma experiência única de intercâmbio.


Por mais recente que seja o blog, os textos da Lulu, únicos e inigualáveis, coincidem com tudo o que vem pela frente na sua vida nos próximos meses. A primeira experiência será um grande desafio e uma excelente oportunidade de abertura ao novo, ao mundo!


Você que partiu do "The First Time", dos belos primeiros momentos e também nos fez apaixonar com ótimas dicas, de Salvador, Isabel, Paula e companhia. Nos encantou com poemas, como "Batatinha quando nasce". Com humor apresentou em "Aprendam a ficar breguechenkos", os seres misteriosos e divertidos que precisam sair do anonimato. (como esses seres estão aumentando, enhh?!?).


Agora, não esquece de contar para gente se as meigas também estão comandando pelas bandas de lá (Estamos morrendo de curiosidade).

Certos de que quem vai sempre volta e ao mesmo tempo fica guardado em nossas lembranças, desejamos a você, Luana, sorte nesta nova etapa. Que seja mais uma experiência inigualável de amadurecimento na sua vida. (Abraça parte do mundo pra gente, ok!)


E para isso tudo não ficar com cara de despedida, vamos parar por aqui, por enquanto. Não somos poetas, mas sabemos muito bem mostrar para você o quanto é especial em nossas vidas. Aliás, o que seria da rede sem os nós?

E assim que puder não deixe de passar por aqui para nos contar um pouco sobre as suas aventuras. Os leitores aguardarão ansiosos por fotos e notícias sua!


Felicidades!


:: Nós e a rede::

S.O.S - SC

Parece cena de filme. Mas é pura realidade. Santa Catarina está desolada. E a imagem é a mais real possível. Infelizmente.



Quando me deparei com a cena de desolação causada pelas chuvas em Santa Catarina, nestes últimos dias, lembrei do Saramago e de Ensaio sobre a cegueira, principalmente, da cena em que as lojas são saqueadas. Em que a fome e o extinto de sobrevivência falam mais alto. No caso de ambos, a chuva é um personagem comum. Tanto no livro quanto em Santa Catarina. Contudo, a chuva no estado brasileiro fez estragos, vitimou pessoas e destroçou casas. E, a chuva, em ensaio, é o que faltava para reavivar o instinto humano que estava perdido. Perder tudo o que se tem, conquista de muitos anos de trabalho. Perder a visão. Não ver o mundo, suas formas e cores. Não ter nada, se ver perdido, ilhado em incertezas. Parei para pensar que talvez a realidade não esteja tão distante da ficção. Talvez se completem. Estejam ligadas. O instinto de sobrevivência fala mais alto. Mas a humanidade se expressa por meio da solidariedade. Do ato humano, de ajudar o outro. Sem esquecer que a humanidade não pode ser perdida, pois está incutida em nós. Pode ser que, por um momento, para que a humanidade seja resgatada. A solidariedade tenha que renascer.

A demoniocracia do capetalismo

Afinal, a culpa é sempre do capitalismo, não é mesmo?!


Muita gente fala em democracia, mas a força financeira tem sempre o poder de corromper tudo. E você, acha que é racional pensar em democracia numa sociedade capitalista??
Pelo sim ou pelo não, "Ética", "Democracia", "Cidadania", "Igualdade", "Liberdade", entre outras expressões, são somente argumentos inúteis que nada dizem, apenas ocupam espaço na mídia e nos discursos, enquanto o poder econômico é visto como militante da ditadura, espalhando o terror do holocausto na humanidade.

Foi-se os tempos de brilho intelectual das décadas passadas. Hoje, em pleno século XXI, vivemos uma mediocridade neoliberal que só produz o rebotalho, capaz de proferir por trás de uma verborragia absolutamente supérflua. Toda a economia deste começo de século volta-se a uma redução do horizonte epistemológico aos interesses do capital especulativo em detrimento do ser humano que vive, trabalha e ama (ou pelo menos tenta ser como tal).

Engana-se quem acha que foi abolida a escravidão. Hoje, muitos homens trabalham para ser escravos modernos, submissos do capitalismo. Trabalham para ganhar dinheiro ou para acreditar que ganham. A verdade é que a esmagadora maioria da nossa classe trabalhadora já nasce escrava, cresce no pelourinho da rotina, com os açoites ardentes do capitão-do-mato (patrão), trabalha no eito do escritório, com algozes como companheiros de lida, e morre no anonimato da nulidade.


A história se repete todos os dias e o povo está cansado deste fascismo democrático, instaurado pela nossa “demoniocracia”. Mas diante das dores que assolam o mundo ninguém se pergunta, afinal, de quem é a culpa??

Não! A culpa não é do capitalismo! Poderia até me ater a explicar brevemente o seu conceito, assim como isto poderia também me levar a analisar do mesmo modo as religiões, o comunismo, o socialismo, etc. e ver que a culpa não são das idéias. A culpa é que, depois disso tudo, há o homem, o eterno pecado original! (e criador do nosso sistema capitalista)

Quero deixar claro que não cabe aqui a discussão da minha posição a favor ou contra o sistema, mas sim mostrar que ele se estende ao caráter humano. E para que se possa consolidar qualquer ideologia que se proponha a regular ou impor a conduta humana, é necessário uma certa confiança no ser humano, e é aí que começa meu ceticismo, pois até agora a história revela que Hobbes tinha mesmo razão (infelizmente) quando dizia "homo homini lupus" (o homem é o lobo do homem).

Morte ao totalitarismo



MORTE AO TOTALITARISMO

Bem! Não tinha compreendido muito bem o que significava aquele termo. Acho que era porque escutava poucas vezes, talvez fosse por causa da pouca idade. Não sei!
Levantei a mãozinha um pouco temerosa!
- Professora? O que é totalitarismo?
Ela ficou meio assustada e me respondeu algo que satisfez naquele momento.
Alguns anos depois percebi o motivo pelo qual a professora não falou o sentido real do termo. Não tinha nem chegado perto. é triste perceber como os sonhos de criança podem ser mortos por causa do totalitarismo. Talvez ela não desejasse matar meus sonhos. Talvez!
Pra mim qualquer tipo de totalitarismo, seja político ou ideológico é prejudicial a paz e ao sonhos infantis.
Uma idéia absoluta pra mim é totalitária. Acredito que os conflitos e guerras acontecem no mundo devido a idéia que desenvolvemos de ser melhores que outros povos. Com este pensamento estou indo além na essência da significação de tal palavra. Acho que estas lembranças voltaram depois de assistir "Persépolis" (2007).

Hq's e o mundo real


Emaranhado de conceitos e histórias na produção de uma animação. Desenho, animação, emoção, realidade, complexidade histórica, jogo de imagens e reflexão. Isto e muito mais é Persépolis - não posso reduzir este filme a poucos termos, seria injusto-. Quando você vê a capa desta animação, nem imagina que a história vai muito além de histórias infantis. E se, por algum motivo, tem preconceito em relação as adaptações de histórias em quadrinhos, pode esquecer agora! A Hq's que serviu como base para a animação é de Marjane Satrapi, cartunista iraniana, que presenciou a revolução islâmica e suas consequências trágicas em seu pais. Passou por momentos difíceis da história do Irã, ditadura, idéias retrógradas, perseguição, machismo e preconceito.

Ruínas de Persépolis

Vale muito assistir a "Persépolis". A animação em 2 D, autobiográfico, além de ser preto e branco, relata a história de uma garotinha que vive com sua família em Teerã (1978) e presencia a Revolução Islâmica em seu país. E é a pequena Marjane, de nove anos, que
mostra todos os aspectos dessa revolução no dia-a-dia. O legal é que o desenho tem um caráter lúdico, é como se estivesse saindo da cabeça de uma criança. Persépolis revela como a liberdade vai sendo cerceada pelos fundamentalistas e como as pessoas fazem para continuar tendo esperanças. A produção é capaz de sensibilizar e encantar ao mesmo tempo. A inteligência, sensatez e humanidade da personagem central, Marjane, conduzem a história, assim como o conflito vivido no pais. Mostra que não é um grupo totalitário que vai desfazer os planos e sonhos de um povo, muito menos de uma garotinha. Não tão garota mais, que acredita, sempre, que dias melhores virão.
Além de mexer com a sensibilidade do espectador, Persépolis não deixa de ser leve e gostoso de assistir. Alimenta a esperança, os laços familiares e a vontade de viver, onde quer que seja!

Ps: Agradecimento especial para o meu irmão que sempre me indica coisas boas. Sempre.

Ps2:
O governo do Irã creditou o filme como uma sabotagem a cultura Iraniana.
A animação conquistou prêmios como:
Prêmio do júri em Cannes em 2007.
Premiado no Festival de São Paulo

P.S. I love you



Peço licença à todos filmes clássicos já citados aqui no blog para me deleitar em comentários sobre o melodramaromatiquíssimo P.S: I love you. Não é porque o Gerry me conquistou nem porque a Holly é simpática, mas sim porque o diretor
Richard LaGaveneseum sustentou uma história de duas horas no eixo do amor. Este é o objeto maior do filme, pouco importam as histórias particulares, que são retratadas, pouco importam as tolices ou defeitos de cada personagem, o tema central do filme é o amor. É difícil sustentar histórias com um objeto tão abstrato e indefinido quanto o amor. Se ninguém o explica como traduzí-lo em imagens? Eu me refiro aqui ao amor que transcende a relação homem mulher, falo do amor como força regente que pode sustentar uma vida ou fazê-la se perder. Quem sou eu para falar sobre o que é o amor, pretendo apenas constatar a força sustentadora do amor a qual pude imaginar depois de assistir P.S. I love you.

Melodramaromatiquíssimos também fazem pensar...Eu ainda acredito no amor!

P.S.:
o filme é baseado no livro homônimo da escritora irlandesa Cecelia Ahern

Janis Chapman

Poxa! Alguém pode até achar que eu errei o título, ou pensar que tô maluca. Mas, é isso mesmo!?! Não há engano nenhum:


JANIS CHAPMAN


Tá certo que a Janis Joplin é diferente da Tracy Chapman. Isso é fato! Pode até ser que uma não tenha nada a ver com a outra. Mas a música é algo muito maior. E com certeza, é algo que ambas têm em comum.

*** Escolhi dois vídeos, um de cada cantora só pra notar as diferenças e semelhanças. Se é que elas existem.


At This Point in My Life - Tracy Chapman



Janis Joplin - Piece of my heart



Se, por um lado, a Janis Joplin teve uma carreira super rápida, interrompida aos 27 anos, o contrário aconteceu com a Tracy Chapman. Janis nasceu no Texas em 1943 e começou a carreira cantando country e blues na década de 60. Já a Tracy é de Cleveland, Ohio, e nasceu em 30 de março de 1964. Bom! É uma diferença significativa tanto de estilo quanto de época.

Tracy é uma cantora tímida e está longe das performances de Janis Joplin, suas músicas são simples e fáceis de ouvir, porém suas letras são carregadas de mensagens. Alcançou o sucesso cedo. Chapman começou a carreira ainda jovem, com apenas 18 anos. A música Fast Car foi uma das canções que impulsionou sua carreira. De fato, não é possível ouvir suas canções, interpretadas com uma voz autêntica, e não se encantar com a emoção, reflexões sociais e culturais que a cantora transmite no palco. Com certeza, ela canta com a alma. Em relação a suas atuações públicas, a cantora participou da festa de 70 anos de Nelson Mandela. Sendo uma figura da música reconhecida da década de 80.


Janis Lee Joplin uma das principais cantoras do final da década de 60. Encantou com canções de rock, blues, folk. Sua voz era também um de seus diferenciais. Potente, transgressora e com atitude. Não é por menos que suas músicas são consideradas clássicos do rock. Longe da timidez de Chapman, Janis viveu a vida intensamente, tanto que morreu aos 27 de uma overdose de heroína. No contexto histórico nos deparamos com o movimento Hippie e a liberdade. Teve uma carreira muito rápida, mas é bem mais reconhecida que Chapman. Sua voz encantou a todos, uma mistura de rouquidão com sensualidade. Janis também cantava com intensidade, com a alma. Janis iria completar 65 anos em 2008. Sobre as atitudes públicas nos deparamos com uma pessoa nada preconceituosa que ousou romper barreiras racistas.

Se de um lado temos muitas diferenças, como disse anteriormente, ambas são cantoras que fizeram sucesso. Cada uma em sua época e com seu estilo. A voz forte e a determinação podem ser algo que as una. Se não achou nada em comum. Fique tranquilo. Pode ser que tenha forçado um pouco a barra. Porém ambas, hoje, ainda inspiram mentes e corações com suas vozes roucas, graves e imponentes. Isso ninguém pode negar.

Susan Sontag - SOBRE FOTOGRAFIA DIANTE DA DOR DOS OUTROS

Hoje quero falar, assim como Susan Sontag, da dor dos outros. Sobre a dor de ver a dor dos outros com olhar profissional, justamente o que ocorre na realidade dos fotojornalistas de guerra. São eles os produtores das imagens que insitam no mundo a curiosidade mórbida de ver a guerra. Eles não capturam a vida, mas sim o fim dela. De preferência fotografam o pós-vida imediato que poderá trazer mais entreternimento aos voyeristas de plantão. O resultado das fotos de guerra é a criação de pólos conceituais, fruto do imaginário popular. Isso significa que nas mãos do fotojornalista está a decisão de criar heróis ou vilões. Eles podem fazer da fotografia um testemunho histórico dando a ela o signifcado que desejam, basta usar a técnica que evidencia algum personagem, amplia o outro, reduz, aproxima, desfoca ou faz desaparecer. Quero dizer que a técnica com a câmera nas mãos tem poderes manipuladores que podem mudar o rumo de histórias. As fotos possuem maior probidade jornalística quanto menos encenadas forem, porém há uma série de "fakes" que produzem as fotografias com a intenção de fazer "a foto de bom gosto". Mau gosto é encenar, interferir na realidade daquilo que deveria ser um documento visual, pois as imagens têm a autoridade para ser documento.

Voltando à dor dos outros é preciso lembrar que o fotojornalismo de guerra está , muitas vezes, a serviço da espetacularização, é isso que Sontag teme se tornar uma erva daninha para o cenário fotográfico mundial. É a exploração das imagens mórbidas em busca de audiência e venda de jornais, que revelam o pazer inescrupuloso do ser humano por tragédias. Sontag chama isso de exploração do sentimento na fotografia. Eu chamaria de prostituição do sentimento na fotografia. As imagens de guerra são o retrato da dor não só daqueles imortalizados nas fotos, mas sim de suas famílias e amigos que diante da dor do outro podem sentir NADA do mórbido prazer e TUDO do vazio pela perda.

Na retrospectiva das guerras dos século XX e XXI, feita por Sontag, fica claro o quanto as fotografias de tragédias podem ser belas. Sim, é isso mesmo, são fotos belas, bem produzidas, dignas de livros, exposições e simpósios. É claro que análise técnica cabe aos profissioanais da aŕea que são capazes de escolher a fotografia da garota Vietnam, vítima do Napalm, como a imagem do século. Não se espera que os leitores de jornais digam que a composição das fotos e o enquadramento privilegiram a produção de sentido, este é o papel dos profissionais. A visão analítica diante da dor é de exclusividade profissional, os outros, por favor, sintam a dor.


Para quem não conhece a escritora, novelista, e film maker ameriana Susan Sontag, Luana's library está a disposição. Vale a pena engolir as palavras que te deixarão em dúvida sobre o real e virtual, a autenticidade e a manipulação. Palavras que te fazem pensar na relação do homem com as imagens e o quanto isso interfere ou não, na condição humana.

"When we are afraid, we shoot. But when we are nostalgic, we take pictures." (Sontag)

Leiam:
SONTAG, Susan. On Photography, 1977. (Luana's Library - em inglês mesmo)
















SONTAG, Susan. Diante da dor dos outros, 2003